Blog
29/05/2023
Revolução da ternura: o chamado da vida consagrada
Ultimamente, ternura é uma das palavras mais utilizadas pelo Papa Francisco ao falar de Deus, principalmente nas suas catequeses.
Logo, a palavra ternura é um substantivo que indica uma atitude ou atributo de quem é terno. Significa meiguice, afeto, carinho; e é sinônimo de delicadeza, doçura, brandura, suavidade.
Mas por que o Papa escolheu essa palavra para falar do amor de Deus? Porque “ternura”, explica Francisco, traduz muito bem “o afeto que o Senhor sente por nós”. Segundo ele, “o amor de Deus não é um princípio geral abstrato, mas pessoal e concreto, que o Espírito Santo comunica no íntimo de cada um de nós”.
E sendo assim, de acordo com o Sumo Pontífice, a ternura de Deus nos alcança e tem a capacidade de transformar nossos sentimentos e pensamentos.
“Não fecheis os vossos corações” (Salmo 95)
Devido à rotina de trabalho e até mesmo diante das situações difíceis que precisam lidar no atendimento ao povo de Deus, os consagrados, sacerdotes e religiosos acabam endurecendo o seu coração. E é aí que se corre o risco de se esquecer da ternura de Deus.
Mas não apenas isso, o cansaço, as mudanças, a doença (tanto física quanto emocional) também podem aos poucos ir nos afastando da ternura de Deus.
Mas muitos também acabam se fechando porque presumem saber tudo de Deus e acabam se esquecendo de se abrir para o Seu amor. E Deus não gosta, segundo o Papa, daquela religiosidade que explica tudo, mas que tem o coração frio.
Logo, a história de Jó, no Antigo Testamento, é um convite a abrir o coração! Ele, que perde tudo na vida, as riquezas, a família, o filho e a saúde, não se permite afastar do Coração de Deus. Contudo, Jó não aceita uma “caricatura” de Deus, mas eleva o seu grito diante das suas fragilidades até que Deus lhe responda e revele o Seu rosto. E Deus responde aos seus apelos revelando-lhe o amor que se escondia por detrás do seu silêncio.
Já no Novo Testamento, uma das parábolas de Jesus que ilustra perfeitamente bem a ternura de Deus é a do Filho Pródigo. Quando retorna, o filho espera por uma punição, por isso diz ao pai que se contentava em ser tratado como um dos criados. No entanto, ele foi surpreendido pelo abraço do pai. E sobre isso o Papa Francisco explicou: “A ternura é algo maior do que a lógica do mundo”.
Aceitar a ternura para ser capaz de ternura!
O Papa Francisco ensina que “a teologia não pode ser abstrata, se fosse abstrata seria ideologia, pois nasce de um conhecimento existencial, nasce do encontro com o Verbo que se fez carne!
A teologia é chamada a comunicar a concretude do Deus amor. E a ternura é um existencial concreto bom para traduzir em nossos tempos o afeto que o Senhor sente por nós”.
Logo, a teologia da ternura, segundo o Papa, gira em torno de duas coisas: “a beleza de sentir-se amado por Deus e a beleza de sentir que amamos em nome de Deus”. E sobre isso o pontífice ressalta que “quando uma pessoa se sente realmente amada, é levada também a amar”.
Neste sentido, o Papa ainda destaca: “Se Deus é ternura infinita, o ser humano, criado à sua imagem, é também capaz de ternura”. Ele também afirma que “a ternura é o primeiro passo para superar o fechamento em si mesmo e sair do egocentrismo que deturpa a liberdade humana. A ternura de Deus nos leva a entender que o amor é o sentido da vida”.
E de acordo com o Papa, a ternura é capaz de dar à Igreja uma teologia “saborosa” e que “somos chamados a derramar no mundo o amor recebido do Senhor”.
Além disso, a ternura nos ajuda a viver uma fé consciente, cheia de amor e esperança. Também a dobrar os joelhos, tocados e feridos pelo amor divino.
Leia também: Você está atento aos sinais e dores de um consagrado?
VII Congresso Âncora: Revolução da Ternura
“Estou permitindo que o Senhor me ame com a sua ternura, transformando-me em um homem/mulher capaz de amar desta forma?”, perguntou o Papa em uma de suas audiências. E foi a partir desse questionamento que o Centro Âncora lançou o seu VII Congresso com o tema “Revolução da Ternura”.
Este congresso, que acontece nos dias 15 e 16 de setembro, é destinado a Bispos, Provinciais, Psicólogos, Formadores, Sacerdotes, Religiosos(as), Seminaristas e Leigos Consagrados.
Mas por que é necessária uma Revolução da Ternura? Porque a vida consagrada exige esse amor terno ao outro, e sabemos que o ato de amar vem da experiência filial com Deus. Se a revolução começa dentro de nós – padres, religiosos(as), leigos consagrados, seminaristas – saberemos ensinar a todos a diferença do Deus justo que redime o homem daquele que o castiga.
O Centro Âncora se dedica a cuidar com ternura da vida consagrada a partir das dimensões física, espiritual e psíquica. Portanto, neste Congresso, aprofunde-se no tema da ternura e como ela pode revolucionar a sua saúde e a vivência da sua vocação.
Faça aqui sua inscrição para o VII Congresso Âncora: Revolução da Ternura
Blog
27 de fevereiro de 2023
Sinal de que você precisa de autocuidado: dor de cabeça constante
27 de fevereiro de 2023
Sinal de que você precisa de autocuidado: olho tremendo
27 de fevereiro de 2023
Por que apoiar uma Congregação Religiosa pode ser a melhor decisão para sua vida e sua família
27 de fevereiro de 2023