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20/04/2023
O que não podemos esquecer da dimensão pascal da vida religiosa e sacerdotal
A dimensão pascal da vida religiosa e sacerdotal é algo que deve estar sempre presente no cotidiano. Contudo, a agenda de compromissos sempre cheia pode, por vezes, dificultar o sacerdote ou religioso de realizá-lo em sua vida.
São João Paulo II, afirmou que “a vida consagrada, profundamente arraigada nos exemplos e ensinamentos de Cristo Senhor, é um dom de Deus Pai à sua Igreja, por meio do Espírito” (Exortação Apostólica Vita Consecrata).
Logo, sabemos que a história da Igreja é repleta de homens e mulheres que responderam o chamado do Espírito e tomaram o caminho do seguimento de Cristo. Ainda que hoje o número de vocações na Igreja tenha diminuído. Porém, este seguimento, se não for decididamente moldado à imitação de Cristo, certamente será falho em algum momento.
Sendo assim, fazemos aqui uma reflexão sobre a dimensão pascal da vida religiosa e sacerdotal trazendo alguns lembretes extraídos da reflexão de São João Paulo II. Por isso, continue a leitura!
A dimensão pascal da vida religiosa: o Tabor e o Calvário
O Monte Tabor e o Monte Calvário são palco de grande sofrimento de Jesus, episódios que São João Paulo II estimula a que todo sacerdote e religioso procure adentrar profundamente.
No Tabor, “os olhos dos apóstolos fixam-se em Jesus, que pensa na Cruz (cf. Lc 9,43-45). Nesta, o seu amor virginal pelo Pai e por todos os homens atingirá a máxima expressão; a sua pobreza chegará ao despojamento total; a sua obediência irá até ao dom da vida” (Vita Conecrata).
E ele completa: “Da contemplação de Cristo crucificado, recebem inspiração todas as vocações; da Cruz, com o dom fundamental do Espírito têm origem todos os dons, e em particular o dom da vida consagrada”.
O Deus-Amor que emana da Cruz
A vida religiosa e sacerdotal experimenta a verdade de Deus-Amor de modo imediato e profundo à medida que se aproxima da Cruz de Cristo. E sobre isso São João Paulo II recorda: “A vida consagrada reflete este esplendor do amor, porque confessa, com a sua fidelidade ao mistério da Cruz, que crê e vive do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
E é deste modo, segundo João Paulo II, que a vida consagrada “contribui para manter viva na Igreja a consciência de que a Cruz é a superabundância do amor de Deus que transborda sobre este mundo”.
O Papa ainda afirma que a Cruz é o grande sinal da presença salvífica de Cristo. E isto, especialmente nas dificuldades e nas provações. E disse ainda que “é isso o que testemunha, continuamente e com uma coragem digna de profunda admiração, um grande número de pessoas consagradas que vivem em situações difíceis, por vezes mesmo de perseguição e martírio”.
João Paulo II ainda refletiu que a fidelidade ao único Amor se revela e se aperfeiçoa na humildade de uma vida escondida.
Além disso, “na aceitação dos sofrimentos para ‘completar na própria carne o que falta aos sofrimentos de Cristo’ (cf. Col 1,24), no sacrifício silencioso, no abandono à vontade santa de Deus”. Também “na serena fidelidade mesmo face ao declínio das próprias forças”.
Isso diz muito sobre a presença do sofrimento, que é inevitável. Contudo, a vida religiosa não precisa passar pelo sofrimento sozinho. Inclusive o próprio Cristo teve a ajuda do Cirineu para carregar a Sua cruz.
A esperança ativa na dimensão pascal da vida religiosa
Apesar de a esperança nos apontar para a vida futura, na eternidade, isso não significa que ela é passiva.
Logo, esta esperança se manifesta “em trabalho e missão, para que o Reino se torne presente já desde agora, através da instauração do espírito das bem-aventuranças”. E que, segundo São João Paulo II é “capaz de suscitar anseios eficazes de justiça, paz, solidariedade e perdão, mesmo na sociedade humana”.
Nas palavras dele, precisa estar amplamente presente na história da vida consagrada, a fim de sempre “produzir frutos abundantes mesmo em favor da sociedade”. Desta forma, a vida consagrada torna-se “sinal do Espírito em ordem a um futuro novo, iluminado pela fé e pela esperança cristã”.
“A tensão escatológica transforma-se em missão, para que o Reino se afirme de modo crescente, aqui e agora. À súplica ‘Vem, Senhor Jesus!’, une-se a outra invocação: ‘Venha a nós o teu Reino!’ (cf. Mt 6,10)”.
A dimensão pascal da vida religiosa, a Virgem Maria como modelo
A Maria é aquela que reflete mais perfeitamente a beleza divina, algo que cada vida religiosa e sacerdotal é convidado a refletir.
E a amizade com a Virgem Santíssima tem uma importância fundamental aos consagrados para seu aperfeiçoamento espiritual e progresso no caminho da santidade.
Além disso, São João Paulo II afirma: “Maria é, de fato, exemplo sublime de perfeita consagração, pela sua pertença plena e dedicação total a Deus. Escolhida pelo Senhor, que n’Ela quis cumprir o mistério da Encarnação, lembra aos consagrados o primado da iniciativa de Deus. Ao mesmo tempo, dando o seu consentimento à Palavra divina que nela se fez carne, Maria aparece como modelo de acolhimento da graça por parte da criatura humana”.
João Paulo II ainda destaca Maria como “mestra de seguimento incondicional e de assíduo serviço”. E aponta: “na Virgem, a pessoa consagrada encontra ainda uma Mãe por um título absolutamente especial. De fato, se a nova maternidade conferida a Maria no Calvário é um dom feito a todos os cristãos, tem um valor específico para quem consagrou plenamente a própria vida a Cristo”.
Portanto, afirmou: “a relação filial com Maria constitui o caminho privilegiado para a fidelidade à vocação recebida e uma ajuda muito eficaz para nela progredir e vivê-la em plenitude”.
Enfim…
O longo documento pontifício busca nortear todo o caminho da vocação religiosa e sacerdotal a partir do mistério pascal, mistério que não se faz sem o sofrimento.
Contudo, é preciso um olhar atento para a vida consagrada, pois muitos necessitam de apoio para carregar a cruz de uma saúde emocional abalada.
Nessas horas, além da ajuda de um diretor espiritual, é importante contar com profissional da área da saúde, como psiquiatra, psicólogo e até mesmo educador físico e nutricionista.
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